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Resumo:
O presente trabalho consiste na análise da obra O Ócio Criativo
de Domenico de Masi. Parte de um projeto de grupo onde se pretende investigar
o momento atual na perspectiva econômica, política, social e cultural,
em especial as teorias que caracterizam a mudança da sociedade de um
paradigma moderno para um pós-moderno. Acompanha de forma crítica a
teoria de De Masi, onde ele fala sobre uma sociedade que se encaminha
para uma diminuição progressiva do tempo de trabalho e um aumento do
tempo livre, traçando um retrato da sociedade pós-industrial, estabelecendo
uma análise histórica ligada ao desenvolvimento social, econômico, político
e cultural, que abrange o trabalho, a ciência e a tecnologia, as transformações
do modo de produção capitalista e intenta uma previsão dos desdobramentos
que estas questões terão nos próximos anos. Este trabalho contém uma
seleção de assuntos considerados centrais na obra de De Masi e elabora
uma análise de cada um, problematizando, interpondo outras visões e
procurando levantar questões importantes julgadas dignas de aprofundamento.
Focaliza principalmente as características da sociedade pós-industrial
em comparação com a sociedade industrial, localiza o trabalho e o trabalhador
neste contexto, fala da tecnologia em sua relação com o desenvolvimento
econômico e com o trabalho, aborda as relações de trabalho, a luta de
classes e os movimentos sociais na sociedade atual, insere o tema central
da obra que é o ócio criativo e procura situar a visão do autor em termos
do ponto de partida da sua análise e da realidade social que seu olhar
abrange. Introdução Hoje vivemos uma época de grandes transformações sociais e culturais. Uma vertiginosa aceleração se reflete em todos os aspectos da vida humana reconfigurando radicalmente a face de nosso mundo sensível e provocando mudanças profundas nas relações sociais. Especialmente em relação ao trabalho e nas práticas cotidianas estas alterações provocam a necessidade de reorganização e de novas abordagens. A tecnologia está aí para facilitar e diminuir o nosso trabalho, porém nunca se trabalhou tanto e em tão inseguras condições como atualmente. Neste sentido, o desenvolvimento técnico-científico e todo o movimento em direção a uma sociedade global são ambivalentes e contraditórios. Na obra O Ócio Criativo, Domenico De Masi se propõe a teorizar sobre o momento atual, a sua inserção histórica e re-lança o assunto da diminuição do tempo de trabalho e aumento do tempo livre sob uma abordagem e um contexto próprios. Nesta perspectiva, busca referências nas obras de Bertrand Russell[3] e Paul Lafargue[4], somando autores como Alvin Toffler, Daniel Bell e Alain Touraine. A nalisar uma época não é olhar para uma linha de tempo e pontuar eventos de forma linear. Analisar uma época tem a ver com a humana condição destes tempos. Com o humano fazer e refazer da história na produção de sua vida. Para isso, é preciso manter uma idéia de humanidade que permeia e condiciona o que vai ser estudado. Que dirige e dá forma ao olhar que pretende captar e entender a teia das relações humanas. Um olhar do humano sobre o humano. Neste sentido, contraponho a minha visão de mundo e sociedade que dialoga com a visão do autor. Desta intertextualidade e buscando auxílio em Marx, Gramsci, Santos e Harvey, entre outros, procuro esclarecer e problematizar os pontos que achei centrais nesta leitura de De Masi. Uma leitura que não se esgota e abre espaço para a interação com outros textos e outras abordagens.
Sociedade
Industrial - pós - Industrial "'O problema do desemprego é um tema duro. Hoje nós podemos
fazer o dobro de carros com o mesmo número de operários. Quando se
fala em melhorar o nível educacional da população, como solução para
o problema do desemprego, sempre digo que me preocupa a lembrança
do que aconteceu na Alemanha: ali se promoveu a educação como remédio
para o desemprego e o resultado foi a frustração de milhares de profissionais,
que foram empurrados para o socialismo e para a rebelião. Me custa
dizer, mas me pergunto se não seria melhor que os desempregados agissem
com lucidez e fossem procurar trabalho direto no Mc Donald's"
- excerto da conferência de Lee Iacocca na Argentina em 1993 [GALEANO,
2001 p. 175]. Desde os anos 60 que muitos autores (Lyotard, 1989; De Masi, 2000)
sinalizam uma passagem histórica. Seus argumentos baseiam-se principalmente
nas evidentes e grandes mudanças no panorama sócio-econômico-político
e cultural da modernidade e o advento de um status diferente que a maioria
chama de pós-modernidade. Outros autores (Harvey, 2001; Santos, 2000)
consideram as transformações ocorridas, mas reconhecem nelas uma continuidade
do projeto moderno ainda inacabado. A questão não é propriamente o nome
que se dá a períodos históricos, mas se a passagem entre um e outro
consiste numa ruptura total onde toda a organização social muda. Domenico De Masi (2000, p. 71) se situa no primeiro grupo e diz que "o contexto no qual vivemos não pode ser considerado uma continuação da sociedade industrial. E que neste contexto não mudaram só alguns aspectos: mudou todo o conjunto". De Masi fundamenta suas afirmações baseando-se na coincidência da mudança de três fatores: fontes energéticas, divisão do trabalho e divisão do poder. Segundo o autor, esta mudança simultânea determinaria "um salto de época". (DE MASI, 2000, p.23) Realmente, são fatores que determinam grandes alterações sociais, econômicas, políticas e culturais e vêm interligados, interferindo uns nos outros. Por exemplo, o desenvolvimento da agricultura fixou as pessoas ao lugar e isso ensejou alterações na organização social e política que, entre outras coisas, deram origem às cidades. Considero que as transformações se sobrepõem no tempo histórico e não se pode afirmar com exatidão em qual ponto ocorreu e o quê causou determinadas metamorfoses. Além disso, o novo se faz sobre o antigo e leva consigo, indissociáveis, traços que eventualmente emergem e se mostram. De Masi (2000), ao contrário, aponta uma ruptura entre sociedade industrial e sociedade pós-industrial e descreve o nascimento desta citando Daniel Bell[5], que localiza este momento no ano de 1956 quando, pela primeira vez o número de trabalhadores no setor de serviços superou a soma de trabalhadores nos setores industrial e agrícola. Uma dificuldade que vejo neste raciocínio diz respeito à vinculação de uma supremacia da indústria (ou não) ao número de trabalhadores que ela agrega e não a sua real importância nas economias nacionais. Harvey (2001, p. 149) apresenta uma tabela onde são comparados os percentuais de trabalhadores empregados no setor industrial, agrícola e de serviços, nos anos de 1960, 1973 e 1981, para diversos países. Nesta tabela, se pode observar o progressivo crescimento do percentual de trabalhadores empregados no setor de serviços e a diminuição do percentual nos setores agrícola e industrial. Ainda assim, resta a seguinte dúvida: quais seriam os resultados se comparássemos os percentuais do montante de capital movimentado em cada setor? Para que se possa melhor entender as concepções onde De Masi apóia suas idéias, convém que apresentemos a sua construção teórica com relação à sociedade industrial e a sociedade pós-industrial. Para o autor, a sociedade industrial nasce com a Revolução Industrial dentro do período chamado modernidade, um salto de época no século XVIII. De Masi (2000) indica que as idéias do Iluminismo, como a confiança na razão humana para solução dos problemas, a crença num progresso ilimitado a partir da ciência, a descoberta da eletricidade e a criação da máquina a vapor foram os fatores determinantes para a virada. De Masi (2000) não chega a nomear o modo de produção capitalista quando fala das características e mudanças econômicas correspondentes à sociedade industrial, mas localiza no colonialismo o primeiro processo de acumulação. Coloca, também, a emergência da classe burguesa como resultado das possibilidades abertas pelas revoluções americana e francesa. Cada vez que uma revolução concede o acesso à "sala de controle" a novas classes sociais - classes estas que, até então, eram oprimidas e, num certo sentido "virgens" - , enormes potencialidades são liberadas. Foi o que aconteceu naquele tempo com o advento da burguesia [DE MASI, 2000, p. 48]. Para De Masi [2000], estas transformações ocorridas no nascimento da modernidade só vieram a ser reconhecidas como globais por volta de 1850. Do ponto de vista da sociedade ocidental eurocêntrica daquela época, pode-se falar em universalidade da mudança, mas devemos considerar que, mesmo hoje, em termos planetários convivemos com sociedades em diferentes estágios de desenvolvimento, com diferentes modos de produção, organização social, política e cultural. Dentro de um quadro de globalização unilateral baseado na expansão dos mercados e da exploração capitalista, convivem modos de produção quase feudais e artesanais até dentro da mesma sociedade. O próprio De Masi [2000, p. 87] fala sobre isto do ponto de vista do 'já foi pior', uma forma de expressão que é constante ao longo de todo o livro: A questão é que as exigências dos países ricos mudaram: antes precisavam de matéria-prima, agora necessitam de mão-de-obra e mercado para suas exportações. É exploração? Sem dúvida. Mas, apesar disso, é uma exploração inferior à exploração colonial, na qual as grandes potências se apropriavam das matérias-primas e reduziam as populações nativas à escravidão. Representa, portanto, uma melhora, nem que seja pelo simples motivo de que o trabalho é de alguma forma remunerado [DE MASI, 2000, p. 87]. A sociedade industrial tem como características a estandardização das mercadorias, a especialização das tarefas, a sincronização na produção e nos modos de vida, a maximização do ritmo produtivo, a centralização do poder e a concentração cada vez maior da forças produtivas: "Tudo isso resumido significa racionalização" [DE MASI, 2000, p.67]. De Masi (2000) fala destas características na forma de um relato, usando exemplos ligados a empresas. Embora discorra sobre a totalidade das transformações, não faz a necessária avaliação dos pontos comuns e derivações entre os âmbitos científicos, políticos, econômicos, sociais e culturais. Nisso podemos contrapor a visão de Boaventura de Sousa Santos que focaliza os desdobramentos da modernidade vinculando todos os âmbitos envolvidos e apontando a cooptação da ciência pelo capitalismo como catalisador de outras transformações.
Santos é um dos que propõe uma retomada do projeto sócio-cultural da modernidade através do desenvolvimento de seus potencias que permaneceram inacabados, que ele localiza nos princípio de comunidade e na racionalidade estético-expressiva. Isso significa, antes de mais, que só a partir da modernidade é possível transcender a modernidade. Se é verdade que a modernidade não pode fornecer a solução para excessos e défices por que é responsável, não é menos verdade que só ela permite desejá-la. De facto, podemos encontrar na modernidade tudo o que é necessário para formular uma solução, tudo menos esta solução. Em meu entender, as representações que a modernidade deixou até agora mais inacabadas e abertas são, no domínio de regulação, o princípio da comunidade e, no domínio da emancipação, a racionalidade estético-expressiva [SANTOS, 2000, p. 74-75]. Para caracterizar a sociedade pós-industrial, De Masi (2000) utiliza as concepções de Alvin Toffler [6], de Alain Touraine [7] e de Daniel Bell. A partir de Toffler, cita o desenvolvimento histórico em 'ondas', cada onda correspondendo à agregação de uma série de condições, onde a mais influente é o desenvolvimento científico e tecnológico. Juntamente com Toffler, aponta o advento de uma maior subjetividade e acrescenta que esta provém das múltiplas possibilidades de escolha entre os produtos hiper-diferenciados criados pelos novos modelos produtivos. Restringe, assim, a liberdade a uma liberdade de escolha entre o que é oferecido e a subjetividade a uma subjetividade de consumo.
Concordando
com Santos, vejo como característica dos tempos atuais esta pseudo-subjetivação
baseada na posse de objetos que pretensamente identificariam o seu possuidor.
Em relação a esta capacidade de 'projetar', que implica em prever e programar, gostaria de contrapor o pensamento de Santos (2000) que alerta sobre os riscos de confiança num projeto que, em termos de economia, ciência, tecnologia, política e cultura acha-se colonizado por um sistema social. A ciência e a tecnologia aumentaram a nossa capacidade de acção de uma forma sem precedentes, e, com isso, fizeram expandir a dimensão espácio-temporal dos nossos actos. Enquanto anteriormente os actos sociais partilhavam a mesma dimensão espácio-temporal das suas conseqüências, hoje em dia a intervenção tecnológica pode prolongar as conseqüências, no tempo e no espaço, muito mais além da dimensão do próprio acto através de nexos de causalidade cada vez mais complexos e opacos. A expansão da capacidade de acção ainda não se faz acompanhar de uma capacidade de previsão, e, por isso a previsão das conseqüências da ação científica é necessariamente muito menos científica do que a acção científica em si mesma [SANTOS, 2000, p. 58 [8]]. De Masi, no rastro de Touraine, opta por uma linearidade de causa e efeito e uma previsibilidade de evolução dos fenômenos, quase cartesiana, que vai contra a sua postura pós-moderna em outros assuntos. Penso, juntamente com Santos [2000] que a complexidade do mundo e a própria ciência, que nos mostra a não linearidade da ciência, são razões suficientes para se por em questão a tranqüilidade de De Masi sobre a capacidade de projetar da sociedade atual. Por último, conforme Bell teorizou na década de 60, De Masi [2000] caracteriza a sociedade pós-industrial por cinco fatores: a passagem da produção de bens para a produção de serviços, a progressiva superação em importância da classe operária pela classe de profissionais liberais, a centralidade do conhecimento em relação ao trabalho, a gestão da tecnologia que não pode mais ser feita por pessoas ou nações isoladas e o advento das máquinas inteligentes. Entendo que a grande diferença entre a sociedade industrial e a pós-industrial é que nos novos modos de produção a ideologia de um certo modelo de sociedade está implícita na própria produção. A mercadoria condiciona atitudes, pensamentos, formas de ver o mundo, configura o tempo e o espaço de vida. Para explicitar melhor esta idéia, lanço mão das palavras de Marcuse: O aparato produtivo e as mercadorias e serviços que ele produz 'vendem' ou impõem o sistema social como um todo. Os meios de transporte e comunicação em massa, as mercadorias casa, alimento e roupa, a produção irresistível da indústria de diversões e informação trazem consigo atitudes e hábitos prescritos, certas reações intelectuais e emocionais que prendem os consumidores mais ou menos agradavelmente aos produtores e através destes, ao todo. Os produtos doutrinam e manipulam; promovem uma falsa consciência que é imune a sua falsidade [MARCUSE, 1982 , p. 32]. A meu ver,
De Masi mistura características modernas e pós-modernas, industriais
e pós-industriais contradizendo a sua proposição de uma mudança total
entre fases históricas da sociedade. Por outro lado, quando ele fala
em 'fim da indústria', pelo seu cada vez menor contingente de trabalhadores,
isso não significa que o número de indústrias e o montante de produção
reduziram-se. Ao contrário, a produção aumentou e diversificou-se, se
considerarmos a totalidade do planeta. Igualmente cresceram o setor
de serviços e o agrícola. A economia como um todo cresceu. O que mudou
foi a geografia econômica e a configuração interna das atividades produtivas
que hoje, pelo desenvolvimento tecnológico, necessita menos presença
humana na produção. Porém, o que não mudou foi a lógica que perpassa
todo o sistema: quem trabalha vende a sua força de trabalho, quer em
atividades manuais repetitivas, quer em atividades intelectuais criativas.
Os 'serviços' são mercadoria e cotados da mesma forma que os bens. O
mesmo vale para o conhecimento e a cultura. Domenico
De Masi apresenta seu livro, reescrito em Na introdução, a entrevistadora tece considerações iniciais sobre o tema e faz uma pequena biografia do autor. O primeiro capítulo inicia com a abordagem do tema e segue com o autor descrevendo o desenvolvimento do ser humano até o advento da sociedade industrial. Centra nas questões relativas ao trabalho e à tecnologia e salienta as transformações da época onde, segundo o autor, a união de três fatores de mudança determina a mudança paradigmática. Estes fatores são: a descoberta de novas fontes energéticas, uma nova divisão do trabalho e uma nova organização do poder. No segundo capítulo, o autor inicia falando sobre a sociedade industrial, suas origens no Iluminismo, suas características e o conceito de trabalho que se estabelece nesta época. No terceiro capítulo, aborda as características da industrialização e os princípios sobre os quais ela se estabelece, tais como, estandardização, especialização, sincronismo, maximização, centralização, concentração, que compõem, em resumo, uma racionalização. O quarto capítulo inicia com a discussão sobre o possível fim da sociedade industrial e o autor posiciona-se dizendo que o contexto atual não pode ser considerado como uma continuação da sociedade industrial. A seguir, defende esta sua afirmação enumerando as razões que a determinam e passa a falar da sociedade pós-industrial e da cultura pós-moderna. No quinto capítulo, fala sobre o nascimento da nova sociedade e discorre principalmente sobre as mudanças no capitalismo e no trabalho, que caracterizam esta nova sociedade. Em relação à economia e ao trabalho, retrocede fazendo um apanhado sobre o desenvolvimento econômico e sobre as relações e condições de trabalho até a época atual. Enfatiza as mudanças da produção para os serviços e a predominância do trabalho intelectual sobre o trabalho manual, tudo atrelado à mudança tecnológica. No sexto capítulo, usando as concepções de Alvin Toffler, retrata as transformações pós-modernas nos aspectos sócio-econômicos-políticos-culturais, com ênfase nos culturais. No sétimo capítulo, caracteriza a sociedade pós-industrial como uma sociedade previdente e programada. Fala da pesquisa científica e sua importância nos processos econômicos. Pontua a emergência da mídia e do marketing como mediadores nos ciclos de giro do capital. Caracteriza as relações pós-industriais como basicamente uma guerra entre empresas e propõe que, no futuro, na ausência do trabalho como o conhecemos, o meio de sobrevivência dos pobres consistirá, por exemplo, em prover audiência televisiva. Nisso tudo, embora acredite na decadência dos conflitos de classe, aponta, com Alain Touraine, a divisão da sociedade em 'dirigentes', 'dominantes', 'defensivos' e 'propositivos'. No oitavo capítulo, faz um resumo das características condicionantes da sociedade pós-industrial. Aborda a globalização, o progressivo aumento do tempo livre pelo desenvolvimento tecnológico e pela nova configuração do trabalho, a intelectualização do trabalho, a subjetividade. Acrescenta às características anteriores a questão da desestruturação tempo-espaço e o nomadismo geral na vida contraposto a um sedentarismo nas ações diárias. No aspecto da razão, diz que a sociedade pós-industrial tem como valores a emoção e a feminilidade características de uma sociedade andrógina. No nono capítulo, fala sobre o trabalho e propõe que, atualmente, reduzir para uma carga de 5-6h/dia de trabalho não afetaria em nada a produção. Enfatiza os aspectos culturais como condicionantes do maior tempo de permanência no trabalho. Fala sobre o teletrabalho e, na questão do desemprego, advoga que somente se reduzida a jornada para umas 3 horas/dia e implantada uma semana e mês menor de trabalho, seriam criados novos empregos. No décimo capítulo desenvolve o assunto do teletrabalho e da crescente evolução tecnológica e suas implicações. No décimo primeiro capítulo, fala sobre o futuro do trabalho, seu centramento nas atividades intelectuais criativas e as condições necessárias para a sua existência. Retoma os conceitos de ócio e ócio criativo e interpõe uma nova cultura em detrimento da atual cultura empresarial que é autoritária e rígida. No décimo segundo capítulo, aborda as transformações culturais por vir. fala sobre a emergência da virtualidade e de um sujeito digital. Um sujeito que tende ao ecletismo, a colagem, ao ecologismo, e que confunde tempo livre e trabalho, mas que vive, em geral da renda familiar. No décimo terceiro capítulo, De Masi continua falando do futuro. Propõe que devemos trabalhar baseados na 'solidariedade de estímulos criativos' ao invés do trabalho como dever e que é importante projetar continuamente nossa existência. Tece considerações de como será a sociedade no futuro considerando as palavras-chaves de 'complexidade' e 'descontinuidade', aceitando a velocidade e aprendendo a manejar o tempo. No décimo
quarto e último capítulo, De Masi aborda a criatividade e a educação
para a criatividade como motores das mudanças no trabalho e nos processos
organizacionais. Resume e aprofunda o entendimento sobre o ócio criativo.
Rejeita os modelos sociais existentes como inadequados, mas não propõe
concretamente uma alternativa. Finaliza falando sobre a ética do ócio
como uma filosofia de viver. Referências Bibliográficas DE MAIS, D. O Ócio Criativo. 4ª ed. Rio de Janeiro: Sextante, 2001. 336p.
Notas: [1] Publicado originamente em http://www.ufrgs.br/tramse/argos/edu/2004/04/de-masi-domenico.html. [2] Professora e engenheira, doutoranda [4] O Direito ao Ócio - Paul Lafargue. [5] The Coming of Postindustrial Society - Daniel Bell. [6] A Terceira Onda - Alvin Toffler. [7] La société post-industrielle; La production de la
société; Pour la sociologie - Alain [8] Optei por manter a citação na forma lingüística original.
Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano VI - Número 09 - Abril de 2008 - Webmaster - Todos os Direitos Reservados OBS: Os textos publicados na Revista Art& só podem ser reproduzidos com autorização POR ESCRITO dos editores. |